quinta-feira, 17 de março de 2011

Ensaio de Osquestra



Ensaio de Orquestra [Prova d’Orchestra, Itália/Alemanha Ocidental, 1978]
Diretor: Federico Fellini
Elenco: Balduin Bass, Clara Colosimo, Elizabeth Labi, Ferdinando Villella, David Maunsell, Sibyl Mostert


Há algo de irresistível nos filmes de Fellini. Para os preguiçosos cinematográficos, muitos deles são enfadonhos ou difíceis, pois não há uma linha de trama clara e direta a se seguir. Contudo, devido a essa aparente falta de senso e finalidade, as situações e diálogos escritos e mostrados em suas fitas instigam e prendem o espectador, por tudo que se pode ler nas entrelinhas.


Em “Ensaio de Orquestra” (1978), Fellini faz uma alegoria sobre o caos político da Itália pós-guerra, sob o ponto de vista de uma equipe de TV acompanhando o ensaio de uma orquestra sinfônica numa sala medieval. A princípio, os músicos não gostam da presença intrusa do holofote, mas logo sucumbem à atenção prestada pela câmera, contando os motivos pelos quais tocam seus respectivos instrumentos.


Cada monólogo dos instrumentistas serve como uma caracterização social: os músicos revelam seus lados autocêntricos e individualistas, seja ao declarar maior importância ao seu instrumento (como nos argumentos dos violinistas), ou, contraditoriamente, rechaçam seu próprio valor (no monólogo do tocador de fagote) – sem apresentar uma alternativa. Sendo assim, não é de se espantar a demonstração de desprezo pelo maestro (que figura o “líder”, ou porque não, o “governo”) e sua representação no grupo – o que acarreta numa revolta dos músicos contra ele: “orquestra, terror – morte ao condutor!”


Sob o irônico texto de Fellini, os personagens e seus propósitos ganham vida para além do filme. Em seu camarim, quando finalmente aceita falar com a equipe de televisão, o maestro, egocêntrico, lista suas razões apaixonadas pela música e seu papel na orquestra/comunidade, desatento ao caos que o aguarda na sala de ensaio – o imperador que ignora a insatisfação de seu povo.

Confinados a um espaço à beira da ruína, a câmera e a luz da equipe de TV evidenciam, através daqueles personagens, o dilema humano entre a liberdade individual e o bem social, culminando numa revolução sem sentido, na qual a maioria mal sabe (ou realmente se importa pela) a razão da comoção. “Ensaio de Orquestra” não é o melhor dos filmes de Fellini, mas possui o humor e a graça inerentes à forma em que o diretor revela e discute o comportamento humano.

quarta-feira, 16 de março de 2011

Femme Fatale #1: Inside Out



A melhor música de striptease EVER!!!

EVER!

Femme Fatale #2: Big Fat Bass



Hey
You see me down on the floor
I want you to take me higher
Till I can't take it no more

And now
You see me up in the sky
I was rockin the bottom
Now look at me I can fly

I love you Fergie, mas só Britney sabe como é quando "the bass is getting bigger".

Femme Fatale #3: Seal It With A Kiss



Pense em palmas, promessas, riscos, gemidos, suspiro... beijos!

terça-feira, 15 de março de 2011

Hold It Against Britney



Goste ou não, Britney Spears é uma incógnita no mundo Pop. Está mais que provado que ela não canta em seus shows, mas ainda assim eles são vistos e celebrados [e lotados] por onde quer que passem. Apesar de intelectochatos ou genuínos "desgostantes" de música Pop a chamarem de vazia, praticamente ninguém resiste a uma boa e velha canção de Britney: nem nas rádios, muito menos nas pistas.

Eu, particularmente, desisti de entender Britney Spears com meu cérebro e apenas aceito o fato de que é minha bunda que a entende. Esse é meu argumento quando alguém, em falso choque, pergunta como eu posso ser capaz de gostar dela.

Pois bem: já que um novo álbum de Spears é sempre para mim um evento pélvico, qual foi minha surpresa quando Femme Fatale (seu mais novo trabalho a ser lançado) instantaneamente caiu em meu desgosto. Quando lançada, Hold It Against Me era definitivamente grudenta, mas havia algo que não me convencia: as escolhas de Max Martin e Dr. Luke como produtores soavam repetitivas - tanto no panteon Pop, quanto na discografia de Spears - e "Hold It Against Me" parecia com qualquer faixa de Katy Perry remixada.

Tempos depois, o álbum vaza, Lucas baixa excitadamente e se broxa com a semelhança das músicas com o eurotrash datado e brega dos anos 1990. Pense em Lasgo... meio decepcionante né? Em estilo, "Femme Fatale" é, na maioria, Dubstep - um gênero da música eletrônica que apresenta texturas e variações digitais de Dub e 2-step. Os efeitos são bizarros, causando uma estranheza imediata - afinal, Spears é largamente conhecida por estandartes Pop como Oops!... I Did It Again, Toxic e If U Seek Amy.

Apesar de suas canções manterem a base verso-refrão-verso, algumas músicas de "Femme Fatale" têm produção tão distinta do padrão esperado por Spears que, de repente, uma rejeição inicial é completamente compreensível. O próximo single, Till The World Ends, por exemplo, é irrevogavelmente uma faixa embebida no europop noventista recheado por auto-tune típico de Tre$ha Ke$ha. E hey, a porcona do Pop, que escova os dentes com uma garrafa de Jack [Daniels], é co-autora da música! E eis que eu você repentinamente se sente culpado por genuinamente gostar de uma música que foi tocada pelos cabelos cebosos de Ke$ha, porque "Till The World Ends" tem um refrão genial, daqueles que te fazem sair rodopiando pela pista jogando os braços pra cima.

Adiante, a gente se depara com faixas aparentemente genéricas como I Wanna Go e (Drop Dead) Beautiful, só que além do poder chiclético de Spears elas possuem momentos em que tudo é jogado no chão, criando aquela atmosfera clubber em que você pára para respirar apenas pra ser arrebatado novamente pela batida.

Big Fat Bass - escrita, produzida e co-cantada por will.i.am - tinha tudo pra ser uma porcaria pseudo-Rock Your Body, mas o resultado se torna fantástico quando todo o daft-punkismo do frontman do Black Eyed Peas se apresenta ainda mais obscuro e as reviravoltas da música subvertem o padrão verso-refrão-verso. Ao fim, tem Criminal, uma faixa tipicamente Pop que contém uma surpreendente flauta [!!!!!!!!!!] - pois, um sample de flauta era tudo o que você menos esperaria nesse álbum.

As melhores faixas do álbum, porém, são as que não são produzidas por Martin e Luke - especialmente as do duo sueco Bloodshy & Avant: How I Roll e Trip To Your Heart. Enquanto a segunda se assemelha à linda Tune Into My Heart, de Little Boots, a primeira canaliza Chewing Gum, da maravilhosa norueguesa Annie, com milhares de bolhas de sabão estourando e experimentação nunca vista antes na história dessa Diva Pop.

Então, qual é a de Britney Spears que é sempre tão fácil chutá-la por tudo o que ela não é [Madonna], mas é sempre tão irresistível quando se quer apenas se divertir? No que depender de "Femme Fatale", tal hábito continuará. Porque apesar de toda a bizarrice inicial, este álbum, em sua completude, é pura delícia Pop, sem pretensões de mudar a vida de ninguém e, dessa forma, genial.

sábado, 5 de março de 2011

As Garotas do Oscar


Como a Academia de Artes e Ciências Cinematográficas (Ampas) ainda prefere suas mulheres?

Em uma das minhas fontes de informação e crítica cinematográfica, o Movies Kick Ass, blog do meu adorável amigo Jose, há uma postagem sobre a "outra" maldição da "Melhor Atriz". Contextualizarei.


Desde 2000, quando Hilary Swank [Meninos Não Choram] roubou o Oscar de melhor atriz de Annette Benning [Beleza Americana], as vencedoras desta categoria foram glamurosas atrizes enfeiadas pela "arte", mas [salvo exceções*] não eram as melhores do ano: Halle Berry em 2002 [A Última Ceia], Charlize Theron 2004 [Monster], Hilary Swank roubando Annette Benning de novo em 2005 [Menina de Ouro]; *as exceções foram Julia Roberts em 2001 [Erin Brockovich] e Nicole Kidman em 2003 [As Horas]. Todas elas, depois de ganharem seus Oscars caíram num certo ostracismo crítico e/ou hollywoodiano. Essa é a maldição da "Best Actress" - que ainda é vigente se considerarmos que nenhuma das outras fez algum filme que a levasse de volta às premiações [Nicole Kidman quebrou a sua maldição ano passado com o sensacional Reencontrando a Felicidade].

Mulher-macho sim, senhor!
A outra maldição descrita por Jose é mais antiga e profunda. Por que, em 83 anos de existência, "Melhor Atriz" é o único prêmio vencido pelos filmes que ganham o Oscar de melhor atriz? Segundo Jose, com exceção de clássicos  como ...E O Vento Levou [1939], Rosa da Esperança [1942], Noivo Neurótico Noiva Nervosa [1977], Laços de Ternura [1983], Conduzindo Miss Daisy [1989], O Silêncio dos Inocentes [1991], Shakespeare Apaixonado [1998] e Menina de Ouro [2004] nenhum filme centrado na figura feminina ganhou o Oscar de Melhor Filme.

Um dos questionamentos feitos por Jose é se as mulheres não têm feito grandes filmes. Mas se formos olhar apenas para 2010 o argumento morre: Cisne Negro não merecia mais nada a não ser melhor atriz? E sua incrível Fotografia e os magistrais Figurinos? E "As Horas" com sua fantástica Edição?

A/O adorável Viola De Lesseps
Eu penso, que o problema não está na qualidade dos filmes de centro feminino. Essa talvez seja a desculpa fácil utilizada pelos velhotes da Academia. A questão está justamente no machismo americano e, consequentemente, dos membros da Ampas. Porque, pensando nos filmes citados por Jose que eu realmente assisti, apenas "Shakespeare" é um filme totalmente girl power. Porque:

- em "Menina de Ouro" e "Silêncio dos Inocentes", as protagonistas eram mulheres masculinizadas [uma pugilista e uma agente do FBI, respectivamente]. Swank, na verdade, é famosa por ter seus Oscars representando mulheres-macho;

- em "Noivo Neurótico, Noiva Nervosa" há a constante figura de Woody Allen, sendo tão maluco quanto a de Diante Keaton [que faz a Annie Hall e ganhou o Oscar de Melhor Atriz] e, portanto, justificando a loucura e até mesmo uma eventual antipatia pela personagem de Keaton;

- talvez "...E O Vento Levou" possa ser considerado um filme feminista, afinal era 1939 e essa menina Scarlett O'Hara fez todas aquelas coisas - mas ela de fato sustentou e endorsou a imagem da mulher frágil que precisa de um homem. E por mais que NÓS saibamos que ela o fez para se manter no topo, a idéia de que as mulheres devam diminuir o tom de seu poder - e retratar uma feminilidade over - para que seus homens não se sintam castrados é totalmente machista...

Então eles podem ter premiado tais filmes "femininos" mas, se olharmos fundo, eles não são puramente feministas como "As Horas", por exemplo. Ou até mesmo "Moulin Rouge" que poderia ser todo tipo de machista, considerando que a protagonista é uma prostituta e o filme é todos brilhoso e romantico - mas neste caso pode-se dizer que seja mais homofobia, porque a obra-prima de Baz Luhrman é mais gay que girly. E hey "Cisne Negro" é TODO SOBRE O PODER FEMININO!

Bigelow fez história, mas por que?
Quer ser ainda mais depressivo? Guerra Ao Terror, de Kathryn Bigelow, ganhou Oscar de Melhor Filme ano passado e fez história por ser a primeira diretora a ganhar o Oscar de direção. Mas sejamos brutalmente honestos: onde podemos achar um fio de feminilidade nesse filme?

Claro que possamos encontrar se fizermos uma análise profunda, porque Bigelow é obviamente uma mulher e ela não deixaria de sê-lo nem se mudasse de sexo. Mas eu, como um pessimista ao pensar nos membros da Academia, não acho que aqueles velhotes macho-alfa americanos se importaram em olhar fundo para "Guerra ao Terror"; acredito que a Academia estava mais maravilhada com o fato de Bigelow - uma mulher - fazer um maravilhoso filme-macho.

Temos um longo caminho a seguir darlings. Porque a Academia É americana e, mesmo que esteja generalizando, americanos contribuíram bastante para a evolução social e feminista durante o século XX, mas no geral, a sociedade americana é conservadora.

E pensando dessa forma, lembro de um tweet raivoso de Jose sobre a vitória de O Discurso do Rei no SAG Awards [prêmio do Sindicato dos Atores de Cinema e TV]: "pra que nomear [e fingir celebrar] cinema revolucionário quando no fim você vai premiar o estúpido filme britânico conservador?"

quarta-feira, 2 de março de 2011

Nasce Uma Raça


Elton John declarou há meses que Born This Way, novo e fantástico single de Lady Gaga, desbancaria I Will Survive como hino gay definitivo. Eu acredito que só o tempo dirá, pois por agora não sei se concordo; hinos gays são naturalmente dramáticos e, sendo "I Will Survive" a epítome do drama-queenismo, tá mais fácil as beeshas jogarem uma peruca vermelha e gritar Only Girl (In The World) [Rihanna], na buatchy.

Paparazzi - The Monster Ball
"Born This Way" é profunda demais para ser dublada com maestria pelas drag-queens, que gravitam mais em direção ao estilo que à substância. E Lady Gaga, apesar de todas as controvérsias e polarizações, já está firmada como um ato artístico que vai além e mais profundo na interpretação, performance e reinvenção de seu próprio trabalho. Basta lembrar, por exemplo, que ao cantar Paparazzi em sua denominada Ópera Pop, The Monster Ball [a turnê do The Fame Monster], Gaga trocou a autodestruição homicida do lindo vídeo de Jonas Akerlund por heróicos sutiã e calcinha que atiravam fogo contra o "monstro da fama".

Talvez seja necessário mencionar aos little monsters que esse tipo de reinvenção/ressignificação da obra artística não é originalidade gagaísta, e vem sendo explorada em conceitos de shows Pop há mais de três décadas por Madonna. Não obstante, Gaga é a única representante da geração de popstars - firmada na primeira década deste século - que demonstrou profundidade técnica e semântica na produção imagética de sua obra.

Mother Monster - face
Eis que no épico clipe de "Born This Way" Lady Gaga abusa do pastiche de referências para criar uma nova raça - que não é nada nova. Desenvolvendo a mitologia da Mother Monster, como Gaga agora se chama, ela conta o nascimento contínuo ["in.finite"] de duas raças, uma boa outra má, que na verdade se complementam simbioticamente. [Ela se questiona ao fim do prólogo: "How can I protect something so perfect, without evil?"]

Zeus teria transformado Castor e Pólux
na constelação de Gêmeos
Não há absolutamente nada de novo nessa mitologia gagaísta. O mito greco-latino de Castor e Pólux conta a história de dois irmãos gêmeos, porém diferente: Castor era filho de Zeus, portanto imortal, enquanto Pólux simplesmente humano; o inevitável acontece, Pólux morre, e indignado com a morte do irmão e amigo, Castor renega sua imortalidade até ter o irmão de volta, como parte idêntica dele. Daí que o fantástico no novo clipe de Lady Gaga está no que ela faz de melhor: transformar todas estas possíveis referências em imagem. O parimento da tal raça é sempre mostrado de forma bipartida, lembrando, em momentos, o subversivo filme de Alejandro Jodorowsky, The Holy Mountain [1973], ou - no efeito caleidoscópio - Tommy [1975], a epopéia rock do The Who.

Como resultado deste nascimento dividido em dois, temos uma Gaga guerreira [Pólux era excelente lutador], mas delicada [Castor era domesticador de cavalos], que tem na pele as características abrasivas desta raça não julgadora nem preconceituosa. Esses enxertos maquiados na cara dela é o ultimato Drag. Desfigurada, Gaga realmente cria uma nova raça com traços tão bizarros, quanto universais: segundo à mitologia gagaísta, "same DNA, I'm born this way."

Cher?
Não acredito ser coincidência que esta nova maquiagem de Lady Gaga lembre a face puxada e replastificada de Cher, e ninguém menos que ela para evocar a verdadeira essência Drag-Queen. E talvez seja neste ponto que a fala de Elton John seja mais contundente. A natureza inclusiva [tanto da letra, quanto da música] de "Born This Way" permite Gaga e o diretor Nick Knight a injetarem imagens oníricas, sob um magistral esquema de cores quase preto-e-branco, que em sua magnitude lynchniana é exatamente como a cultura gay que Gaga defende: não precisa ser lógico, apenas subjetivo e bonito.

Sim, a nojeira absurda de Lady Gaga, ao contrário do que dissera Camile Paglia é bonita e sensual. No início Gaga reinventa o prisma óptico de The Dark Side Of The Moon, invertendo-o, remetendo à vagina da deusa criadora da nova raça, enquanto um unicórnio aparece em cena [Castor novamente?]. Unicórnios são símbolos de beleza e virilidade, portanto, segundo Gaga neste vídeo, a beleza está na fusão de duas energias  opositoras [masculino/feminino, forte/frágil, bem/mal] e na invariável aceitação das diversas nuances da criação - por mais estranhas que elas sejam.

No epílogo, Gaga aparece andando num beco escuro como a Madonna dos anos 1980, iluminada por luvas brancas, à lá Michael Jackson; as mãos/patas da Mother Monster, iluminadas de tal forma, remetem à continuidade criativa do nascimento quando ela sai montada no equino mitológico.

Finalmente, tanta abstração artística é difícil de ser traduzida por uma estética ou visão cultural, como a desinência do hino gay apontada por Elton John. É, porém, fácil imaginar belas Drag-Queens simplificando a profundidade literária da música de Gaga, pois em "Born This Way", por mais que beba e se revigore na cultura gay, ela transcende seu nicho subversivo da sexualidade, mirando numa perspectiva muito mais ambiciosa de inclusão.

Parece não fazer sentido algum, mas hey, as intenções são ótimas e o produto é liiiiiiiiiiiiiindo!


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Ficha técnica "Born This Way" [fonte]:
Direção: Nick Knight

Cenários: Marla Weinhoff
Slime Art [a parte da orgia na meleca]: Bart Hess
Modelos: Lady Gaga, Raquel Zimmerman, Rico

Perucas: Frederic Aspiris
Unhas: Aya Fukuda [para Hair Room Service]

Time Fashion: Brandon Maxwell, Anna Trevelyan, Sophie Ruthenstiener, Tom Eerebout, Hayley Pisutaro, Julien Alleyne, Rosaan Wyzard
Assistente de maquiagem: Tara Savelo