sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Social Media Hipster Divas - Parte 2

Os Álbuns de 2011
Introduction/Experiments
Florrie

Continuando minha apreciação pela ilusão de proximidade na internet, há Florence Arnold, ou simplesmente Florrie. Linda, loira e de pernas longilíneas de supermodel, esta britânica me apareceu pelo guia essencial de música Pop, o site Popjustice. Ex-baterista da casa de produtores Xenomania [responsável pela discografia do Girls Aloud e o melhor hit de Cher: Believe], Florrie encerrou suas atividades no grupo para focar em sua carreira musical como um ato solo.

Multi-instrumentalista [além de bateria, ela toca violão/guitarra e ukelele], em seu site oficial Florrie explica seu projeto sintonizado com o novo modelo de mercado musical na internet. Basicamente, ao invés de procurar um contrato com gravadora, Florrie decidiu produzir música independentemente, postando em seu site as canções e remixes conforme ficavam prontos e se apresentando em live gigs.

Porém, tudo começou a se desenvolver em junho de 2010 quando fora escolhida como o rosto do perfume Nina L'Elixir, da marca Nina Ricci. Seu cover de Sunday Girl [Blondie] foi tema do comercial de TV e, a partir daí, as portas se abriram pra ela - principalmente no circuito da moda -, tendo feito trabalhos de modelo para outras marcas, como Dolce & Gabbana.



Em novembro do ano passado ela lançou seu primeiro EP, Introduction, contendo quatro faixas: a excitante, meio Pop Rock, Call Of The Wild, as pop standards Give Me Your Love e Summer Nights, e a absolutamente romântica Left Too Late. Posteriormente, em abril deste ano, ela lança via iTunes o segundo EP Experiments, uma evolução sonora comparada com o primeiro.

Na altura do lançamento deste, Florrie declarou que ainda vem experimentando sons [por isso o nome] para, enfim, encontrar uma identidade ideal para sua música. "Experiments" tem um som mais sofisticado e contemplativo que as canções lançadas até então. Abrindo num ritmo acelerado com Speed Of Light, a coisa toma um rumo mais glamouroso com Experimenting With Rugs, uma balada que traz à mente o charme inerente de cantoras francesas, como Françoise Hardy.



Na seguinte, What You Doing This For, ela murmura num infalivelmente romântico falsete sobre o fim do romance numa relação. Em Begging Me e She Always Gets What She Wants, mostra certa ironia, tratando garotos como irremediáveis bobos quando apaixonados.



Entre um pocket show e participações em algum festival ou outro, no último verão europeu, Florrie está sempre de volta ao estúdio para composição de mais músicas, com um EP a ser lançado até o fim do ano. Tudo acompanhável pelo seu site, Twitter e Facebook, onde ela interage efetivamente com sua crescente base de fãs. Essa acessibilidade em dias de hoje é mais que necessária para novos artistas, e tem dado a ela espaço cada vez maior para um LP. Enquanto não acontece, é bom acompanhar sua trajetória pela web.

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Info de Florrie: Florrie.com
Álbuns de 2011:

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Social Media Hipster Divas - Parte 1

Se há alguns anos eu ficava maravilhado com a possibilidade infinita de se descobrir artistas na world-wide-web, as coisas ficaram mais brilhantes com as redes sociais, pois não existe nada mais excitante para um aficionado por música do que ter contato direto com seu artista favorito. Facebook te proporciona isso em certo nível e, mesmo que não se admita, notar que seu ídolo está a 140 caracteres de distância, como no Twitter, é bem divertido.

E mesmo que, em muitos casos, seja óbvio que quem está por trás de todas aquelas maravilhosas postagens são assistentes pessoais e assessores de comunicação [ou se preferir o novo termo, assessor de mídia social], para um fã, a vaga ideia de proximidade virtual é suficiente para incendiar tudo nas nossas pobres cabecinhas fanáticas. Eu, particularmente, tenho meu grupo favorito de cantoras pop que mantenho relacionamentos de amizade profunda e divertida na mente, tudo a partir da troca de um tweet ou outro. Já me imaginei milhares de vezes indo a Berlim e tweetanto Annie Strand para me levar aos cool bars e alt clubs.

Claro que erros gramáticias tweetados por seus artistas favoritos podem doer na raiz do dente, mas a cada pedaço de letra, twitcam ou instagram postado, você se sente ainda mais próximo e satisfeito em gostar da música daquela pessoa tão legal!

Pelo menos no maravilhoso mundo da internet.

Os Álbuns de 2011
Lana Del Rey

Eis que um dia estava fuçando o perfil no Facebitch de um membro de minha banda francesa favorita, Yelle, e há uma postagem de seu novo vício:



Lana Del Rey tem causado um certo alvoroço na mídia blogueira, especialmente nos Estados Unidos. Acusada por sectários indie-hipsters de ser um produto de fabricação industrial vendido como genuinamente alternativo, Del Rey tem galgado seu espaço como a nova sensação dos cools e descolados. Apesar de filha de algum ricaço da web [o que te abre muitas portas e janelas, fato], Elizabeth Grant se lançou primariamente  postando colagens de vídeos caseiros antigos para suas músicas. Foram duas ou três faixas, até que o site Pitchfork Media tenha nomeado Video Games como a "Melhor Faixa Nova" e, daí, Del Rey se espalha pelo mundo.



Controvérsias sobre sua origem profissional aparte, Lana Del Rey tem sim apelo e qualidade musical. Novaiorquina, dona de uma voz menos poderosa do que seu timbre rasgado sugere, ela é uma mistura de diva Soul/Blues com um som melancólico e metálico... pense na qualidade agridoce da equação "dia cinzento + edredom x vinho e chocolate".

E se o debate sobre os truques publicitários de sua imagem [glamazona com boa voz e áurea alternativa] te põe em dúvidas sobre a genuinidade de suas canções, a coisa fica mais irônica quando dentre suas influências artísticas, postadas em seu Facetruq, constam de Nirvana, Elvis e Antony & The Johnsons a - aham - Britney Spears [!!].

Recentemente assinada pela Interscope Records [Lady Gaga], ela ainda está para lançar um álbum oficial. Contudo, a divina e maravilhosa Internet tem espalhadas por sua teia as faixas lançadas por Del Rey de forma independente, além de um álbum inteiro produzido pelo new wave David Khane [Paul McCartney, Stevie Nicks e Regina Spektor]. Este foi jogado pra escanteio por razões desconhecidas, mas é um bom desfile do quanto a performance dela tem as pitadas exatas de melancolia e sensualidade.

Lana Del Rey, enfim, pode ser um bom exemplo do esnobismo indie, pronto para execrar qualquer artista que botem em questão seu fantástico mundo outsider. Mas, sua música de características cinematográficas supera expectativas e é, essencialmente, linda!

Baixem Blue Jeans e Video Games, por seus halos épicos, Kill Kill, pela humanidade em não querer ver o homem que ama morrer, e Yayo, por simplesmente ser a faixa dramática que todos merecemos de tempos em tempos.

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Info de Lana Del Rey: Wikipedia
Álbuns de 2011:
- Wounded Rhymes
- Cannibal
- Cinderella's Eyes
- When The Sun Goes Down
- Intro