segunda-feira, 11 de abril de 2011

OOOEEE Glam!!

A Glam do último sábado [09] foi ótima! Obviamente tenho algumas críticas, mas foi - sem medo de ser feliz - a melhor edição até então.

O grande problema de se falar de uma festa ou show ou afins com objetividade é: "para quê? Afinal, diversão é algo tão subjetivo." Da última vez que escrevi sobre a Glam, me esculhambaram porque racionalizei algo feito para divertir. E não foi somente uma pessoa, soube que muitos se emputeceram apenas porque tive uma opinião e a expressei. Mas bem, não peço desculpas por ter um cérebro e usá-lo o tempo inteiro.

A questão é que diversão, pra mim, é coisa séria! Então, se você me vê no club jogando os cabelos, braços e bunda para todos os lados, não significa que não esteja pensando sobre aquilo tudo. Foi o caso da última Glam.

A parceria com o grupo soteroplitano Waiting For Tonight [WFT] foi providencial. A festa teve um senso de unidade melhor e, no que se concerne à música, o ritmo em geral não decaiu ao longo da noite. Pelo menos no período em que presenciei [da meia-noite ao fim da festa], os DJs Alê Urpia e Ferrucio fizeram os melhores sets, sendo o segundo o top da noite.

Contudo, um dos problemas da Glam - e isso é algo que sempre é mal entendido - é uma certa mesmice sonora. O som usual da festa é o bate-cabelo e pronto. Mas não custa nada ousar umas experimentações. Digo isso justamente porque eu adoro  e conheço pistas e as melhores que já fui foram as que possuíam uma variedade bem abrangente de estilos sonoros. Não é esnobismo, é sugestão.

Viado gosta de bate-cabelo? Yes, mas será que é só isso? Por que não tentar Hip-Hop, ElectroPop, SynthPop, Rock e mais um apanhando e tanto de estilos que bombam, inclusive, em pistas GLS Brasil e mundo afora? E quando sua divulgação diz "Pop, Indie, 80's 90's 00's, Mash-Up, Disco, Trash, Electro, Funk, New Rave", é natural que o público espere por isso. Muitos com quem falei depois da festa reclamaram da falta de variedade sonora - todos os DJs tiveram o mesmo diapasão sonoro, que variavam apenas nos BPMs ou na incompreensibilidade [sim! Som tem que ser compreensível - Urpia e Ferrucio souberam se fazer compreender].

Vitória da Conquista é uma cidade tão carente de pistas de dança que, aparentemente, todo mundo aceita tudo e qualquer coisa. Mas veja bem, metade dos meus 24 anos foram vividos aqui, assistindo lugares abrirem e fecharem pelos mesmo motivo: o eminente cansaço do público que, depois de um período de amor e sucesso, olha ao redor e vê que aquilo é mais do mesmo. Não acho que ainda seja o caso da Glam, nem espero que se torne. Porém, o que diferencia uma pista que enche e uma pista que muda a sua vida é o quanto ela te surpreende. Palavra de quem já teve a vida salva por DJs milhares de vezes!

Mas no fim das contas, como disse, a Glam arrasou! Mesmo com o calor insuportável que fazia na Zulp!, se o objetivo era bater cabelo até cair, isso foi muito bem alcançado.

AHAZOOL! [pontos altos]
- Mudança de local. Dar o fora dos lugares ditos GLS da cidade [Zoo e Apogeu] fez bem para dilatar a abrangência do público. Dessa vez vi muitos héteros [casais inclusive!] e gente que estava ali pra dançar. Obviamente tinha muita gente querendo mesmo tirar as feras do armário, mas esses são ignoráveis porque a qualidade da festa é diretamente proporcional à maior possibilidade de ter pegado herpes.

- DJ Ferrucio arrasou quando tocou E.T. da Katy Perry. Este foi um ponto alto pessoal porque foi ela que acabou me arrebatando, muito mais que Till The World Ends, da Britney, que foi a mais esperada, mas pra mim foi estragada por ser desses remixes de drag-queen.

- Cerveja no preço exato e bebidas de verdade!! Porque ir pra um lugar que cobra 4 reais em latão de Nova Schin e 5 contos em Balalaika diluída em água é o mico! Posso ser beesha bêbada, mas burra jamais!

- Carne nova! Tanta gente diferente que dava até gosto, não existe coisa pior que a sensação de que você sempre encontra as mesmas pessoas na balada. A cada edição, a Glam parece aumentar a variedade de seu público.

- Maturidade. Em geral, a festa tem adquirido uma atmosfera mais estabilizada e uma cara de pista. A presença da WFT contribuiu bastante pra isso.

TÁ UM MICO! [pontos baixos]
- Falta de variedade musical. Bem, já discorri sobre isso.

- Zulp! Gente, mais de 500 pessoas na Zulp! pode ser lindo pra publicidade [leia-se bolso] da festa, mas não é nada agradável pra quem está lá dentro! Os banheiros tinham filas de proporções soviéticas, estavam alagados e goguentos, a pista também alagou. As paredes suavam igual o Zoo do bairro Brasil e ter sua roupa lavada em suor, parecendo que você foi fantasiada de sudorese, depois de 10 minutos na pista é O MICO! Tudo bem que Conquista não tem nenhum lugar com estrutura de boite, mas não se pode deixar de reclamar disso; muita gente não aproveitou toda a festa por conta da falta de estrutura, afinal não dá pra ser linda, rica e GLAM com nhaca.

- Prisão. Gente, é sério, o corte ao direito de ir e vir só é justificável por uma causa maior! A falta de organização dos eventos e lugares no controle da saída e entrada das pessoas não é inclusa dentre tais causas. Vamos investir em pulseiras, carimbos de tinta invisível, seguranças com memória fotográfica... sei lá! E isso não é só pra Glam, viu Viela!!

6 comentários:

Jéssica disse...

gostei bastante desse post, apesar de n ter ido pra party (diga-se de passagem q eu esqueci q era dia 9, na minha cabeça tava dia 15... wtf?) senti como se tivesse ido pq o texto está bastante ilustrativo e conciso, parabéns Lucas!

Lucas Bidow disse...

Texto ótemo, filho.

A sensação e de ter sido contemplado ao final do texto.

Bem, uma das características de um bom texto, para minha pessoa, é quando ele diz o que você sabe ou sente, mas organiza de uma forma tal que esclarece.

Além disso, o seu texto agrega mais informações.

Sem falar da leitura divertida.

Até o próximo!
=]

Emilio Vieira disse...

concordo plenamente . até citei esse seu post no meu blog . Espero que não nos entendam como se a gente tivesse falando mal, maaaas, são criticas construtivas. muah/ xxoxo

TÁ FALADO disse...

Galera como produtor do evento venho dizer: vocês não sabem mais tivemos problema com a invasão do publico pulando as grades, a respeito do calor, quando olhamos o ar estava desligado, sei que isso nao justifica o calor que ficou ali, mais contribui relativamente para o mesmo. A respeito de saida sem retorno isso é normal em qualquer tipo de evento, não existe uma possibilidade tendo em vista que é um evento fechado, assim cmo ja diz o nome FECHADO, liberando a entrada e saida das pessoas através de pulseira ou afins iria complicar a segurança, e toda estrutura da festa. Lucas aceito suas criticas do qual voce vem fazendo, assim como de qualquer um, aprendemos bastante com as outras edições. E deixando bem claro o selo WFT não muda nada o ideal da GLAM, afinal tudo que foi colocado ali, de estrutura, atrações e afins foi realizado pela marca GLAM. Estamos providenciando a 5º Edição corrigindo os erros das outras 4, e querendo o melhor pro nosso publico a cada festa.

Dannillo Lima Rocha disse...

Concordo com tudo (quase) o que você disse amigo.
Fico feliz que na cidade finalmente existam grupos preocupados com a produção de festas LGBT’s de verdade.
Acho que o evento foi muito positivo dentro da realidade da cidade, e nesse sentido não pretendo menosprezar, mas simplesmente reconhecer Vitória da Conquista como uma cidade interiorana e com infra-estrutura de uma cidade de interior, ponto.
Sinceramente o que me motivou a ficar na festa foi o fato dela ter acontecido aqui, e levando em conta a falta de um local realmente adequado pro porte da festa na cidade, eu me propus a ficar e sim, me diverti bastante. Mas é bem verdade que se eu fosse pra uma festa numa capital com a estrutura que encontramos na Glam, eu certamente teria ficado no máximo meia hora e me mandava. E soube que essa era a intenção da produção da festa. Partys com perfume de capital, mas acho que ainda falta muito chão pra isso.
Concordo com você e sublinho os maiores poréns da festa: O calor insuportável e apenas um ar condicionado para dar conta para mais de 500 pessoas se sacolejando sem parar. Acho suor glam só no clipe de “I’m a Slave 4 U”. Penso de verdade que houve certa falta de discernimento da produção na hora de pesar a quantidade de ingresso que estava sendo vendida e a capacidade de alocar confortavelmente o pessoal no local. Sei que ingresso vendendo a rodo e tudo quanto é gente querendo participar de um evento assim é uma resposta super positiva e no mínimo empolgante, mas há de se ter bom senso e definir um limite de pessoal pro evento. Você ter que ficar no mínimo meia hora pra ir ao banheiro e encontrar um mangue. E nas filas a solução que a galera encontrou foi entrar em duplas, o que algumas vezes fazia com que isso prolongasse mais a espera, sabe lá Deus porque néahm?!? A falta de pessoal no bar, a falta de respeito do público fumando na pista e ninguém da produção tomando iniciativa nenhuma a respeito, além da sensação de insegurança apesar de haver uma equipe para isso. A justificativa de gente pulando as grades não cola muito, essa equipe de segurança tava lá para quê? E sobretudo, e não menos importante a música a desejar. Verdade que eu não me senti convidado logo que cheguei à festa e ouvi Umbrella seguida de “It’s Not Right But Its Ok” em versão bate cabelo a lá Rafael Lelis. Será que a galera não se toca que talvez até a bibinha lá da Lagoa das Flores tem acesso a internet? Tá. Eu adoro essas músicas e elas tocadas no momento correto poderiam ter surtido melhor efeito. E assim como você acredito que sets compreensíveis e que uma variedade eclética inteligente por parte dos Djs poderia dar um tom mais bacana pra festa e agradar melhor a todos. No mais a única coisa de que discordo é o lance de entrada e saída de pessoal. Geralmente poucos eventos permitem a saída com retorno posterior.
Apesar da minha crítica parecer ser menos piedosa e mais dura do que a sua eu super apoio a WFT e o valorizo o empenho deles na evolução do cenário e estou aguardando a 5ª edição do projeto, mas claro, com a atenção devida a esses deslizes.

Marco Antonio disse...

tb sou mais um a assinar embaixo. nestas horas sinto falta do meu exercício de crítica com o site vOceve. agora sinta amigo como é ter a ousadia de escrever com liberdade, ainda q respeitando os limites do pensamento bem colocado e não diminuindo aquilo q, pelo menos, se tentou ser produzido. ainda assim, é um exercício. tem q acontecer. as pessoas precisam usar a rede até pra se manifestar e cobrar retorno pro q é investido. é bom lembrar q pagamos 25,00 na porta! não é pouco, ainda q eu acho ótimo pra criar uma seleção natural. mesmo assim...vale reprisar os pontos pra ver se valeu o investimento, pra ver se houve custo-benefício: calor insuportável sim (com direito a gotas caindo do teto e paredes suando!), nenhum serviço de manutenção nos sanitários (um nojo!), filas homéricas para bebida (e a falta regular delas!), impossibilidade de dançar pq tudo em volta era mesmo impossível até de circular o ar, falta de segurança (se um caos ocorresse, pra onde correríamos? e como correríamos?), gente estranha "eu não tou legal não aguento mais birita" por volta das quatro da manhã na porta, na entrada, na passagem da pista pro fundo, com direito a piadinhas homofóbicas (o q me fez desistir de estender a vontade de ficar), som irregular...ou melhor...regular demais (como luc lembrou, só "bate cabelo, bate carão" deixa tudo morno), mais uma vez nenhuma ligação da comunicação com a festa em si (ou se vende conceito ou se assume o conceito uai!) e...eu acho q é isso. mas isso tudo não apagou certos aspectos bem positivos, como o local, com visibilidade melhor resolvida, as pessoas mais bem escolhidas, o comportamento de tribos mais bem traduzido, uma cara de cena gay legal, simpatia estampada no rosto das pessoas e clima feliz de festa adulta. aí as coisas vão vingando neh. mas não se eximam das críticas. elas são importantes e construtivas e estimulantes para novas empreitadas. e, afinal, repito, a gente paga 25,00 e consome mais o dobro disso esperando entretenimento sério e legal (ainda q não precise ser cerebral). não tou falando como produtor, mas tou falando como aquele q tb adora pista de dança. bjos.