domingo, 13 de fevereiro de 2011

Keide Glam?

Nesse meu mundo de hierarquias imaginárias, onde estamos sim no Upper East Side e ser a queen-bee é uma tarefa árdua que requer, principalmente, a atitude de parecer não se importar, ontem na adorável festa Glam Night Party eu cansei. rsrs A festa foi legal, mas a música estava tão irregular, com DJs que certamente sabiam do básico pra aquela pista, mas não faziam idéia em como fazê-lo para manter a energia e surpreender.

As tenebrosas Stereo Love e We Speak No Americano tocaram umas duas ou três vezes por DJ: é muita falta de criatividade e vocabulário musical pra quem se presta a fazer tal trabalho! Tudo bem que todas vibra sempre que se ouvia aquela sanfoninha horrenda, mas eu - como apreciador de música para pista e de pistas - acredito que é esse tipo de atitude óbvia que faz as festas esmaecerem depois de um tempo. Não há em Conquista uma pista surpreendente, com DJs ousados que se permitam sair da zona de conforto e aventurar outras batidas além do próprio gosto e que, também, surpassem os limites esperados naquela pista.

Numa pista GLS, como a Glam, obviamente haverá o bate-cabelo usual de festas gays; porém, toda a criatividade chic e diversidade musical que caracterizavam essas festas parecem ter sido substituídas por adolescentes mal vestidos e carão vazio. Numa apatia geral, enquanto os DJs tocam constantemente mais do mesmo (agradando, muitas vezes, mas exalando superficialidade), os frequentadores se comportam como se estivessem no Facebook: milhares de fotos ultra-saturadas e bonitinhas, mas zero conteúdo.

Por fim, saio meio frustrado pensando que talvez seja exigente demais, mas me retificando de que não há mal algum nisso: qual o problema em desejar uma pista que te faça dançar a noite inteira e ainda te surpreenda? Se eu quisesse ouvir summer electro hits era só ligar a Transamerica FM ou assistir Globo. Daí que ontem na Glam 3, apesar de eu ter me divertido muito por um bom tempo, eu cansei.

UHUUUs [pontos altos]:
- DJ Chiquinho: o único que fez um set consistente e com transições perfeitas. Only Girl (In The World) foi uma adorável repetição [a música já havia sido tocada anteriormente por outro DJ] e o remix de Beautiful Monster do Ne-Yo foi FANTÁSTICO!

- Um remix de Toxic tocado por alguém que não lembro. Britney Spears era a diva homenageada da festa, apesar de que a maioria das beeshas que havia ali parecia não ter idéia que seu catálogo musical é bem mais antigo que If U Seek Amy e Piece of Me. Mas tudo bem, essa única música da Miss Bad Media Karma foi suficiente pra redimir a ausência de seu catálogo numa festa que, supostamente, a tinha como tema.

- Valeska Popozuda: estou cada vez mais embasbacado com o poder dessa mulher na pista. As músicas não são nada excepcionais e as letras requerem muita abstração pra sacar a inteligência nelas - mas fato: não tem como ficar parado e impassível quando se ouve: SE ELAS BRINCAM COM A BUCETA EU TE DOU UM CHÁ DE CU CU CU, CHÁ DE CU CU CU!!!

Tá Um Mico! [pontos baixos]:
- Keide Britney? Foi a terceira edição da Glam e eles continuam cometendo o mesmo pecado: músicas das divas homenageadas (antes Madonna e Lady Gaga) são reduzidas a um único set enfiado em qualquer lugar do line up. Se determinada coisa é o tema de sua festa, explore-a! Ninguém faz uma festa cujo tema é super-heróis e vai vestido de prima ballerina do Bolshoi. FOCO galera! Foco.

- Quem diabos teve a idéia de dar as pick-ups pra uma criatura tocar Skank [ao vivo!]? Além disso foram ouvidas outras 3 ou 4 músicas de novela [que graças a Jah consegui apagar da minha memória] que eram um sacrilégio numa pista daquelas. Vou deixar a vida me levar pra puta que pariu! #FAIL

- Ícaro Silva, ex-starlet de Malhação, interrompendo set de DJ Tony para fazer divulgação de sua peça. Rude e de completa falta de tato, tanto dele quanto de quem permitiu. #zzzzzzzzzzzz

- DJ Tony prometeu, aguardamos, antecipamos, mas seu set de ontem não chegou nem meio metro perto da edição anterior da festa. Soou irregular e entediante - cansei, fui embora. #zzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzz

3 comentários:

Mark disse...

Como eu disse, a festa tem uma ótima proposta e tudo pra se arrastar em várias edições, se a cada uma delas a inovação estiver na pauta e se for temática, esta deve ser seguida, como dito acima, vide algumas festas de sucesso como a ex-NAVE que rolava em Ssa. No mais é bom senso e espírito inovador, sempre!

Lucas Dantas disse...

tbm acho! gosto muito da glam e o motivo principal é a música. a pista gay é a que eu gosto de ir, contudo a coisa não tem que viver no estereótipo. vc citou a nave, que nem era uma pista gay, mas conquistava por abraçar sua diversidade; contudo, a galera que fazia a nave era muito estudiosa e sabia como juntar todos esses elementos - a glam precisa atentar pra esses pontos, senão a galera enjoa.

Ricardo Novais disse...

Outro Tá Um Mico!, pagodão na dance floor. Pra que isso, JESUS?? Já toca pagode em cada esquina dessa cidade, não precisa tocar na Glam. ( tá, eu dancei, mas é pra não desanimar e ir embora )